terça-feira, 26 de outubro de 2010

O USO DOS RECURSOS TECNOLÓGICOS NAS AULAS DE HISTÓRIA

Silvânia Santana Costa

Ao longo do século presenciamos as transformações no âmbito do pensamento pedagógico influenciando as questões sobre as formas de ensinar. Dentro das novas perspectivas, o ensino de História voltou-se para a valorização das ações dos discentes com o intuito de formar cidadãos críticos e atuantes. Para isso, é necessário que os docentes adotem estratégias e métodos de ensino que possibilitem a construção crítica do conhecimento histórico respeitando as diferenças culturais e o estágio cognitivo dos alunos. O uso das tecnologias pressupõe um processo de reflexão e reconstrução da prática pedagógica, porque permite ampliar formas tradicionais de transmissão do saber, predominantemente oral e escrita, e possibilita gerar processos de renovação metodológica em harmonia com as linguagens atualmente utilizadas.No século XIX, a transmissão dos conteúdos reduzia-se a fala do professor, cabia aos alunos memorizar as datas, os textos escritos, os nomes dos “grandes” personagens históricos. Os conteúdos de História eram agrupados em compêndios, de acordo com Santos (2004, p. 20) “o compêndio estabelecia o conteúdo para cada disciplina, pois não existia programa de disciplina”. No inicio do século XX, sob a influência das propostas escolanovistas apresentou-se a idéia de inovação no ensino da História buscando metodologias que inovassem na transmissão do conhecimento a partir da análise das narrativas, dos desenhos, dos quadros, esboços geográficos desprezando a memorização. Apesar de prevalecer os métodos mnemônicos em detrimento dos métodos ativos.
Entretanto, diante das transformações sociais, das contribuições pedagógicas da Psicologia, da apresentação de propostas pedagógicas que priorizavam o discurso interdisciplinar e da necessidade de formação de indivíduos atuantes e participativos, o ensino de História tem sido repensado. Diante disso, é fundamental refletir sobre a utilização das tecnologias no ensino de História, visto que na sociedade contemporânea é inegável a velocidade da inserção tecnológica influenciando a estrutura social, econômica, política e educacional. Como os meios de informação e comunicação são realidades no cotidiano do aluno, o professor não pode ignorar a contribuição dos instrumentos tecnológicos para a construção do conhecimento histórico.
Outro elemento essencial é a necessidade de aperfeiçoamento docente para o uso das TICs no ambiente escolar, presenciamos as dificuldades, incertezas e na maioria das vezes a resistência em mudarem de paradigma. É preciso proporcionar ambientes que permitam a inserção nesse novo contexto como forma de percepção das inovações.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O USO DAS TECNOLOGIAS E A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES DE MATEMÁTICA.

Resumo

Um dos aspectos importantes da modernização dos currículos de licenciatura se refere ao preparo do professor em utilizar os recursos da tecnologia no contexto de ensino e aprendizagem. É necessário criar novos processos e métodos para o trabalho pedagógico, investindo nas tecnologias de informação e comunicação, utilizando-as, especialmente, como ferramenta a serviço da formação permanente e continuada das pessoas na busca do conhecimento. Nesta perspectiva, e através de estudo bibliográfico, discorreremos a respeito da necessidade do professor adentrar no mundo tecnológico e utilizá-lo para facilitar o processo de ensino-aprendizagem da matemática, tornando cada vez mais evidente que o seu papel educativo essencial não é apenas formar novos conhecedores de matemática, mas, sim, contribuir de forma positiva para a formação educacional global dos cidadãos.

Palavras-chave: Professor. matemática. tecnologia.

Introdução
Quando lidamos com mudanças educacionais, é preciso entendê-las como um processo lento, algo que não acontece de forma instantânea. É importante ressaltar que o professor tem fundamental papel nesse processo, partindo do principio que a maioria das mudanças ocorrem dentro da sala de aula, sob a orientação do docente. Logo é imprescindível a participação ativa do professor no planejamento das mudanças, já que o mesmo deve sentir a necessidade dessas transformações, a exemplo do uso da internet, softwares educativos e diversas mídias. Para tanto, é necessário que exista um comprometimento de todos os envolvidos na gestão, como diretores, alunos e pais, pois para o êxito deste trabalho é necessário a contribuição ativa de todos os atores presentes na escola.
Nóvoa (1995) afirma que é preciso fazer um esforço de troca e de partilha de experiências de formação realizadas pelas escolas e pelas instituições de Ensino Superior, criando progressivamente uma nova cultura de formação de professores. O autor complementa afirmando que a formação docente deve ser concebida como um dos componentes da mudança, em conexão estreita com outros setores e áreas de intervenção, e não como uma espécie de condição prévia de mudança. E acrescenta ainda, que essa formação não deve ser feita antes de ocorrer às mudanças, mas sim durante o seu processo, ao produzir esforços de inovação e busca por melhores caminhos para a transformação da escola, onde toda ação deve ter como eixo norteador a escola, em uma perspectiva de formação-ação.
Especificamente quando se trata das mudanças no âmbito das tecnologias, é preciso atentar para o fato de que não se trata de uma junção da Informática com a Educação, mas sim de integrá-las entre si e à prática pedagógica, o que implica um processo de preparação contínua do professor e da escola.

As Tecnologias e a Prática Docente

Ao discutir as implicações para a prática docente, causadas pela inserção das tecnologias na sala de aula, Penteado (2000) afirma que, quando o professor opta por fazer uso das novas tecnologias, ele está, na verdade, saindo de uma zona de conforto e entrando numa zona de risco, pois nas aulas convencionais, o professor consegue prever e controlar quase tudo. E embora muitas vezes o professor não esteja satisfeito com a situação, ele prefere permanecer nela a enfrentar o desafio de entrar na [1]zona de risco. Isso ocorre porque, nesta última, o professor passa por situações que não são comuns na sua prática, sentindo-se por vezes ameaçado, por não poder prever um caminho a ser seguido.
Com relação ao saber e ao desenvolvimento da aula, modifica um pouco a postura do professor, no que se refere ao controle da situação, passa a não ser constante, e isso ocorre usualmente por conta dos problemas técnicos e da variedade de caminhos que os alunos podem seguir. Além disso, surgem frequentemente dúvidas que o professor não sabe responder de prontidão, e que muitas vezes o obriga a dizer “não sei”, o que, na maioria das vezes, não é comum em seu cotidiano.
Podemos perceber também, que na sala de aula as relações de poder são afetadas pela presença das tecnologias, pois o conhecimento que antes estava quase que exclusivamente nas mãos do professor, pode passar a ser, em alguns momentos, do domínio dos alunos. Por vezes, os alunos sabem mais sobre o computador do que os professores, e, é preciso reconhecer que, como afirma Penteado (2000), o poder legitimado pelo domínio da informação não está apenas nas mãos do professor: os alunos conquistam espaços cada vez maiores no processo de negociação em sala de aula, quando se faz uso das tecnologias.
Dentre outros aspectos, o medo e a insegurança fazem os professores desistirem de enfrentar os desafios dessa prática, ou apenas adaptam suas aulas, criando roteiros de aulas com atividades fechadas, sem espaço para exploração, surgindo dúvidas similares às das aulas convencionais, em que ele sabe responder sem dificuldade. Com isso, o docente abdica da possibilidade de usufruir do potencial das tecnologias. É importante salientar que, para que o professor implemente uma mudança educacional, de forma que resultados positivos possam ser observados, é preciso que ele esteja engajado em todo o processo de mudança e tenha consciência do seu papel.
Além disso, é necessário que o professor se sinta estimulado a fazer uso das tecnologias, tenha oportunidade de lidar com sua insegurança e até mesmo com sua falta de conhecimento técnico, através de um suporte periódico, tanto para as questões técnicas, quanto para questões de dimensão pessoal; que sua escolha lhe ofereça os recursos necessários para o desenvolvimento de seu trabalho; e que tenha acesso a uma formação continuada, em que sejam protagonistas ativos nas diversas fases dos processos de formação.

A Formação de Professores de Matemática e o Uso das Tecnologias

Uma Licenciatura deve ser pensada e estruturada diferentemente de um curso que não tem como perspectiva a prática docente. Trata de alguns princípios que devem nortear a formação do professor. Um deles é a formação pessoal, social e cultural dos futuros docentes, que muitas vezes é ignorada. Esta permite que o formando compreenda o ser humano a quem irá ensinar a Matemática, e se desenvolva como pessoa e cidadão o suficiente para tornar-se um bom professor.
A formação científica, tecnológica, técnica ou artística na respectiva especialidade, que é necessária para que o professor domine o conteúdo matemático que se propõe ensinar, é outro ponto a ser considerado no processo. E, além deste, a compreensão das idéias básicas que o suportam, ou seja, o domínio dos modos de pensar próprios da criação e do desenvolvimento da Matemática.
A formação do domínio educacional é outro aspecto a considerar, ela contribui para a reflexão sobre problemas educacionais, tratando de discussões que ocorrem na didática e outras áreas da Educação. Esta reflexão é importante para que o futuro professor assuma o compromisso político de ação e transformação no quadro de fracasso do ensino da Matemática. Ademais estes mesmos autores ressaltam que é preciso que os formandos vivenciem diferentes formas de trabalhar o conteúdo matemático, pois só assim poderão quebrar a existente repetição do método tradicional adotado pela maioria dos professores.
É fundamental ressaltar, as questões de ordem prática, pois não basta ao professor conhecer teorias, perspectivas e resultados de investigação. Tem de ser capaz de construir soluções adequadas para os diversos aspectos de sua ação profissional, o que requer não só a capacidade de mobilização e articulação de conhecimentos teóricos. Mas, capacidade de lidar com situações concretas, competências que precisam ser desenvolvidas ao longo da formação, durante a etapa inicial e ao longo de sua carreira. Desta forma, a formação de professores pode ser encarada como um processo de indução numa comunidade de prática e de discurso, que tem suas próprias ferramentas, recursos, idéias e debates.
Na sua prática, o professor poderá perceber a necessidade constante de aperfeiçoamento, isso fica evidente, no caso das tecnologias, já que na área de informática as mudanças ocorrem com muita rapidez, e o risco de obsoletismo é grande. Assim sendo, os cursos de formação continuada tem fundamental importância e é preciso ressaltar a necessidade dos mesmos oferecerem dois momentos: um técnico deve dar base para o professor aprender a lidar com o computador, com as ferramentas que ele oferece, e com os softwares, pois é preciso conhecer as tecnologias para poder usá-las como ferramentas pedagógicas. E o pedagógico, que segundo Frant (1994), pode favorecer a discussão sobre o papel do professor, sobre o que é ensinar, e sobre como se aprende, além de discutir as potencialidades da tecnologia a ser utilizada; os problemas que podem ser encontrados; a preparação e o desenvolvimento das atividades, entre outros aspectos.
Além de destacar esses dois momentos dos cursos de formação, é importante mencionar outro aspecto: a perspectiva crítico-reflexiva. Um professor reflexivo não se limita à aplicação de regras, estratégias e métodos de ensino: ele precisa ser aberto e flexível para se familiarizar com o conhecimento tácito do aluno, redefinir os problemas suscitados, reformular estratégias e reconstruir sua ação pedagógica. Sua formação deve possibilitar um ambiente favorável ao desenvolvimento do pensamento autônomo, que propicie momentos de autoformação dos professores.
A prática pedagógica durante os cursos é outro aspecto a ser abordado. É importante que o curso propicie aos formandos momentos de imersão na prática com as tecnologias numa relação teoria versus prática. Assim, o professor tem a oportunidade de discutir, durante o curso, sobre o que ocorreu em suas aulas, suas dificuldades e incertezas, já que isso certamente o ajudará a enfrentar diversas situações. Ao vivenciar essa prática na condição de aluno, é possível que os professores a transfiram para a sua sala de aula, vale a pena ressaltar, também, que a escola pode e deve ser um ambiente para formação continuada do professor.

Considerações Finais

Concluímos, portanto, que é importante o uso das tecnologias no cotidiano escolar, como uma das ferramentas que facilitam o processo de ensino aprendizagem da matemática, enfatizando a importância do envolvimento dos professores para o bom andamento do processo.
Dessa maneira, para que os professores possam usar as tecnologias de forma que estas possam proporcionar um ambiente de aprendizagem, no qual os alunos sejam capazes de explorar os conteúdos matemáticos, é imprescindível que os docentes recebam suporte periódico e cursos de aperfeiçoamento, pois, o que se percebe é que, sem suporte, eles avançam pouco nesse sentido. É preciso que o professor esteja permanentemente ligado a um grupo de formação continuada, no qual a reflexão coletiva seja uma prática freqüente.


Referências
NÓVOA, A. Os professores e as histórias da sua vida. In: Vidas de professores. Porto: Porto Editora, 1995.
PENTEADO, M. G. Possibilidades para a Formação de professores de Matemática. In: Miriam Godoy Penteado; Marcelo de Carvalho Borba (Org.) A Informática em Ação: formação de professores, pesquisa e extensão. 1 ed. São Paulo: Olho Dágua, 2000.
PENTEADO, M.G. Novos atores, novos cenários: discutindo a inserção dos computadores na profissão docente. In: BICUDO, M.A.V. (org.). Pesquisa em Educação Matemática: Concepções & perspectivas. São Paulo: Editora UNESP, 1999.
FRANT, J.B. Tecnologia, corpo, linguagem: cognição. I Simpósio Brasileiro de Psicologia da Educação, 1994.






[1] É o novo, algo inusitado, que certamente deixará o docente apreensivo pelo fato de mudar a sua rotina e tirá-lo da zona de conforto que é o modelo tradicional, em que ele tem o controle da situação.


Trabalho Apresentado no II SIEMAT - Seminário Internacional de Educação Matemática

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM: UMA ANÁLISE DAS DISCIPLINAS ON-LINE DO NEAD/UNIT (2003/1)

Silvânia Santana Costa
silvaniasanc@yahoo.com.br

RESUMO

De acordo com a legislação, as IES podem ofertar em cursos presenciais até 20 por cento das disciplinas na modalidade a distância, assim, o Núcleo de Educação a Distância (NEAD) da Universidade Tiradentes (UNIT) oferecia em diversos cursos disciplinas on-line. O presente trabalho pretende analisar os questionários referentes ao ambiente virtual do NEAD/UNIT no período de 2003. A metodologia seguida pautou-se na ordenação dos questionários por disciplina visando levantar os dados sobre o conteúdo, o ambiente virtual, o suporte técnico, a tutoria, a auto-avaliação e a avaliação, montou-se um panorama geral do grau de satisfação dos alunos. Desta forma, podemos detectar as dificuldades, as melhorias e as continuidades compreendendo como o ensino a distância por meio do AVA se processava na instituição.
Palavras-chave: Educação a Distância, NEAD, Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA)

ABSTRACT
In accordance with the legislation, the IES can offer in actual courses up to 20 percent of in the distance discipline them in the modality, thus, the Nucleus of Education in the distance (NEAD) of Universidade Tiradentes (UNIT) offered in diverse courses discipline on-line. The present work intends to analyze the referring questionnaires to the virtual environment of the NEAD/UNIT in the period of 2003. The followed methodology was pautou in the ordinance of the questionnaires for disciplines aiming at to raise the data on the content, the virtual environment, the support technician, the guardianship, the auto-evaluation and the evaluation, mounted a general panorama of the degree of satisfaction of the pupils. In such a way, we can detect the difficulties, the improvements and the continuities understanding as education in the distance by means of the AVA if it processed in the institution.
Key-word: Education in the distance, NEAD, Virtual Environment of Learning (AVA)

RESUMEN

De acuerdo con la legislación, el IES puede ofrecer en cursos reales hasta que 20 por ciento en de la distancia los disciplinan en la modalidad, así, el núcleo de la educación en la distancia (NEAD) de Universidade Tiradentes (UNIDAD) ofrecido en disciplina diversa de los cursos en línea. El actual trabajo se prepone analizar los cuestionarios que se refieren al ambiente virtual del NEAD/UNIT en el período de 2003. La metodología seguida era pautou en la ordenanza de los cuestionarios para las disciplinas que tenían como objetivo para levantar los datos sobre el contenido, el ambiente virtual, el técnico de la ayuda, la tutela, la automóvil-evaluación y la evaluación, montó un panorama general del grado de satisfacción de las pupilas. De tal manera, podemos detectar las dificultades, las mejoras y las continuidades entendiendo como la educación en la distancia por medio del AVA si procesó en la institución.
Palabra-clave: Educación la distancia, NEAD, ambiente virtual de aprender (AVA)

1. BREVE INTRÓITO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


A institucionalização da educação a distância ocorreu no século XIX por iniciativa de estabelecimentos nos Estados Unidos e na Europa oferecendo inicialmente cursos por correspondência. A partir do século XX até a Segunda Guerra Mundial, foram inseridas metodologias ao ensino por correspondências influenciadas pelos “novos meios de comunicação de massa, principalmente o rádio, dando origem a projetos muito importantes, principalmente no meio rural”.
De acordo com Preti:

o século XX encontrou na Educação a Distância/EAD uma alternativa, uma opção às exigências sociais e pedagógicas, contando com o apoio dos avanços das novas tecnologias da informação e da comunicação. A EAD passou a ocupar uma posição instrumental estratégica para satisfazer as amplas e diversificadas necessidades de qualificação das pessoas adultas.

No Brasil a origem da Educação a Distância está vinculada a fundação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, em 1923 por um grupo membros da Academia Brasileira de Ciências que foi doada em 1936 ao Ministério da Educação e Saúde. Em 1956 foi criado o Movimento de Educação de Base (MEB) considerado o maior sistema de educação a distância não formal criado no Brasil. Ele “distinguiu-se pela utilização do rádio e montagem de uma perspectiva de sistema articulado de ensino com as classes populares. Porém, a repressão política que se seguiu ao golpe de 1964 desmantelou o projeto inicial” (NUNES, s/d).
Em 1965 funcionou uma Comissão para Estudos e Planejamento da Radiodifusão Educativa que criou em 1972, o Programa Nacional de Teleducação (PRONTEL). Neste ano o governo criou a Fundação Centro Brasileiro de Televisão Educativa, que em 1981 passou a se chamar FUNTEVE que fortaleceu o Sistema Nacional de Radiodifusão Educativa (SINREAD) em parcerias com diversas rádio educativas e canais de Televisão.
Na década de 60 foram criados diversos cursos secundários e superiores na Europa que posteriormente difundiu-se para outros países do mundo. Com a transformação do dos programas percebe-se a eliminação do caráter depreciativo embutido nessa forma de conduzir o processo de ensino aprendizagem.
É nesse mesmo período que se desenvolveram na América Latina os projetos de alfabetização destinados as populações camponesas e rurais utilizando o rádio como instrumento de mediação. A educação a distância tornou-se uma alternativa para democratizar o ensino, visando atender a carência educacional de áreas urbanas e rurais desprovidas do processo educativo.
É na década de 70 que “se promove o uso de programas de televisão para a educação a distância, pelos quais a imagem reforça aquilo que se expressa nos textos impressos. Também se realizam produções em que um docente, diante da câmara, “explica” um tema à maneira de uma classe presencial tradicional” (LITWIN, 2001).
Uma bancada de especialistas do MEC e Conselho Federal de Educação, coordenada por Arnaldo Niskier, em 1986 pelo documento Ensino a Distância uma opção – proposta do Conselho Federal de Educação, determinou que “a modalidade é tida como uma alternativa viável à democratização das oportunidades educacionais no país, compreendendo a democratização como acesso, permanência e qualidade de ensino” (ORESTE, 1996).
Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional em seu artigo 80 estabelece que:

Art. 80. O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada.
§ 1º. A educação a distância, organizada com abertura e regime especiais, será oferecida por instituições especificamente credenciadas pela União.
§ 2º. A União regulamentará os requisitos para a realização de exames e registro de diploma relativos a cursos de educação a distância.
§ 3º. As normas para produção, controle e avaliação de programas de educação à distância e a autorização para sua implementação, caberão aos respectivos sistemas de ensino, podendo haver cooperação e integração entre os diferentes sistemas.
§ 4º. A educação à distância gozará de tratamento diferenciado, que incluirá:
I - custos de transmissão reduzidos em canais comerciais de radiodifusão sonora e de sons e imagens;
II - concessão de canais com finalidades exclusivamente educativas;
III - reserva de tempo mínimo, sem ônus para o Poder Público, pelos concessionários de canais comerciais.

Em 9 de dezembro de 2005 o Decreto n° 5.622 que regulamenta o art. 80 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, determina em seu artigo 1° e 3°:

Art. 1o Para os fins deste Decreto, caracteriza-se a educação a distância como modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos. 
Art. 3o  A criação, organização, oferta e desenvolvimento de cursos e programas a distância deverão observar ao estabelecido na legislação e em regulamentações em vigor, para os respectivos níveis e modalidades da educação nacional (LDB/9.394/96).

Em Sergipe a Educação a Distância se institucionalizou na Universidade Tiradentes, localizada em Aracaju, que por meio do Núcleo de Educação a Distância – NEAD é a instituição de Ensino Superior pioneira em oferecer cursos e disciplinas na modalidade a distância no estado de Sergipe. Em 2002 foi credenciada pelo MEC para oferecer cursos de graduação e pós-graduação.


Trabalho completo publicado na Revista Fragmenta da UNIT

As tecnologias educacionais na modalidade EAD.

Na modalidade de educa
facilmente a mais e melhores recursos de aprendizado do que podiam no passado, quando
tinham de aceitar somente o que era oferecido localmente (MOORE; KEARSLEY, 2007,
p.21).
Nesse sentido, Palloff e Pratt (2004), afirmam que a internet propicia vários recursos
de comunicação que estão sendo utilizados como tecnologias educacionais. Esses recursos são
explorados tanto de forma síncrona, em tempo real, como assíncrona, com flexibilização do
tempo para fins educacionais. Os recursos mais utilizados são: chat (bate-papo), fóruns, blogs,
listas de discussão (e-groups), web conference e comunidades virtuais.
Moran (2007) afirma que a sociedade conectada em rede aprende de forma muito mais
flexível, através de grupos de interesse (listas de discussão), de programas de comunicação
instantânea e pesquisando nos grandes portais.
Segundo Domingues, Zoschke e Dalfovo (2006, p.134) .quando esses recursos de
comunicação se encontram em uma única plataforma via web, tem-se o que se chama de
Ambientes Virtuais de Aprendizagens (AVA).. Moore e Kearsley (2007) ressaltam a
importância do AVA como parte do sistema de educação a distância exercendo impacto
considerável sobre a eficácia das partes do sistema controladas pela instituição educacional.
Para Testa (2005, apud Domingues; Zoschke; Dalfovo, 2006, p.134) o AVA consiste
em ferramentas que utilizam a internet e que possuem as seguintes características: oferecem
acesso a dados, informações e conhecimentos por meio de recursos e materiais didáticos;
apresentam espaço que pode ser denominado de biblioteca, na qual podem ser inseridos vários
documentos gerados por alunos ou professores; dinamizam a comunicação entre os
participantes do processo de forma síncrona e assíncrona; fornecem ferramenta para a gestão
administrativa e pedagógica do próprio ambiente.
De acordo com Palloff e Pratt (2002), uma comunidade de aprendizagem on-line é
muito mais que apenas um instrutor interagindo mais com alunos e alunos interagindo mais
entre si. É, na verdade, a criação de um espaço no qual alunos e docentes podem se conectar
como iguais em um processo de aprendizagem, onde podem se conectar como seres humanos.
Logo eles passam a se conhecer e a sentir que estão juntos em alguma coisa. Eles estão
trabalhando com um fim comum, juntos.
Segundo Moran (2007) as atividades a distância, se bem feitas, conferem autonomia
aos alunos, e, se combinadas com atividades colaborativas, podem compor um conjunto de
estratégias combinadas muito interessantes e dinâmicas. Afirma que há muitas opções
diferentes de estudos on-line e caminhamos para termos ainda o on-line com muitas mais
opções audiovisuais, interativas, fáceis de acessar e gerenciar.
De acordo com Testa (2005, apud Domingues; Zoschke; Dalfovo, 2006, p.135), as
ferramentas do AVA podem ser encontradas em formato de software livre, como também,
pode ser desenvolvido pelas próprias instituições de ensino. O desempenho desta ferramenta
está associado:
a) ao diagnóstico: como sistema de informações, permite a identificação de perfis dos
alunos e usuários, o que possibilita realizar uma série de diagnósticos acerca do
processo de ensino-aprendizagem, além de informações acadêmicas;
b) ao design: disponibiliza conteúdo, material didático e forma de apresentação com a
possibilidade de integração de diversas mídias;
c) à implementação: permite a realização do plano de ensino e de aula;
d) à avaliação: disponibiliza ferramentas que permitem o controle e, posteriormente,
análise de informações acadêmicas e gestão do processo de aprendizagem a fim de
que o objetivo proposto no projeto de um curso seja alcançado.
Para Moore e Kearsley (2007, p. 88), .a teleconferência na educação a distância
descreve a instrução por meio de alguma forma de tecnologia de telecomunicação interativa..
Moran (2005) afirma que os cursos de massa hoje utilizam predominantemente a
teleconferência como mídia principal.
Na teleconferência um professor transmite sua aula para muitas salas espalhadas pelo
país com até cinqüenta alunos por sala e acompanhados por um tutor local que faz a ponte
presencial com o professor e tutores que estão on-line. Os alunos podem fazer algumas
perguntas pela internet, fax, telefone, por controle remoto. As salas podem ter uma webcam
que permite visualizar remotamente como estão os alunos. As aulas costumam ser ao vivo,
com uma mistura de informação do professor e tempo para os alunos desenvolverem algumas
atividades. Depois das aulas costuma haver algum tempo para dúvidas que restaram e o tutor
coordena também outras atividades de pesquisa com os seus alunos via web e os orienta
também na análise do material impresso referente à aula (MORAN, 2005).
Para Moran (2008) a interatividade se dá a partir da comunicação entre alunos e
professores por meio de perguntas enviadas pela internet pelo chat e que podem ser
respondidas ao vivo via teleconferência, depois de passarem por um filtro. As tele-aulas são
complementadas com atividades de leitura e pesquisa, coordenadas por um tutor eletrônico. O
sucesso da tele-aula se deve a que consegue fazer uma passagem mais fácil para a EAD,
retoma o contato com o professor, a relação olho-no-olho.
Segundo Moore e Kearsley (2007, p. 152-153), a interação aluno-professor, é
considerada como essencial pela maioria dos alunos. Nesta oportunidade, o aluno vale-se da
experiência do professor e ao mesmo vale da interação com o conteúdo de modo mais eficaz
para esse aluno em particular.
Informações retiradas ao artigo científico:
Tecnologias educacionais no ensino a distância (EAD): análise das
ferramentas do ambiente virtual de aprendizagem (AVA) num curso
de pós-graduação em Ciências Contábeis
Endereço: http://home.furb.br/mariadomingues/site/publicacoes/2008/eventos/evento-2008-01.pdf
ção a distância, mais pessoas estão obtendo acesso mais

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

OS AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM (AVA) E SUA APROPRIAÇÃO PELA EDUCAÇÃO


Silvânia Santana Costa – UFS/NPGED/UNIT
Grupo de Estudos do Tempo Presente – GET/UFS
Cristiane de Souza Santana Lima - UNIT

A Educação a Distância é uma das formas defendidas para promover a democratização do ensino, legitimada, além de outros decretos, pela LDB de 9.394/96, pelo Plano Nacional de Educação, Lei n° 10.172 de 9 de janeiro de 2001 e pelo Decreto n° 5.622 de dezembro de 2005 apresenta-se também com o intuito de contribuir com a modalidade de ensino presencial para possibilitar o acesso a educação. Definida oficialmente como uma forma de ensino que permite a autoaprendizagem através da intervenção de recursos didáticos previamente planejados e ligados por vários instrumentos de comunicação, a educação a distância dispôs, em sua trajetória histórica, das ferramentas tecnológicas do momento histórico no qual estava inserida, utilizando-as para moldar a proposta de acordo com o imperativo da época. Quem não se lembra de cursos por correspondência os quais utilizavam os recursos do vídeo cassete? já nos anos 90 incorporaram-se as redes de satélites, a Internet e os suportes informáticos. Nesse universo, os ambientes virtuais de aprendizagem (AVA) apresentam-se como locais de aprendizagem que associado a diversos elementos propicia a interação dos alunos com todos os elementos envolvidos no processo de ensino aprendizagem. O presente trabalho tem o intuito de discutir acerca do AVA como espaço de aprendizagem colaborativa tanto no ensino a Distância como Presencial. Para tal, dispomos da pesquisa bibliográfica.


Palavras-chave: Educação a Distância; Ambiente Virtual de Aprendizagem; Tecnologias

Tedesco (2004, p. 17) evidencia alguns elementos que caracterizam a sociedade do futuro e sua mudança de pensar sobre o mundo que a rodeia. Para isso, descreve três áreas que proporcionou essa mudança de mentalidade ao longo da trajetória humana: o modo de produção, as tecnologias da comunicação e a democracia política.
Os padrões de produção e organização do trabalho modificaram-se em decorrência dos avanços tecnológicos, do processo de globalização e da competição desenfreada. Anteriormente, com base nos modelos taylorista e fordista a divisão do trabalho aparecia nítida. No modelo de produção de massa, o trabalho manual diferenciava-se da produção intelectual, ocasionando a separação dos que efetuavam de forma mecânica as instruções daqueles que pensavam.
Na contemporaneidade, percebe-se que as transformações decorrentes do setor produtivo parte do princípio de evitar o desperdício, eliminando a visão de produção em massa e voltando-se para uma dinâmica prioritária do controle de energia, tempo, materiais e mão-de-obra humana.
Assim, o modelo de produção de massa é substituído pela produção para o consumo diversificado. A diversificação de produtos permite atender as necessidades de diferentes clientes. Este tipo de produção denominado de “enxuta”, que ao invés da produção empurrada para o cliente, esse “puxa” o produto, desencadeia de maneira sutil, alterações na formação dos indivíduos.
O novo modelo produtivo pautado no consumo diversificado requer uma homogeneidade, mas permite aos elementos envolvidos nos setores do processo de produção a participação inteligente nas decisões e a inserção do pensamento lógico ao invés da execução mecânica.
Diante desse quadro de produção e inovações, o novo mercado exige pessoas qualificadas não tecnicamente, mas capazes de tomar atitudes, gerenciar e solucionar problemas. Essa postura profissional volta-se para o desenvolvimento de habilidades e competências que possibilitem à tomada de decisões, a reflexão, a criatividade, o uso dos meios informativos, automáticos, o trabalho em grupo, a utilização de ferramentas cognitivas que permitam o aprender constante. Podemos constatar que:
o acesso ao conhecimento científico e técnico sempre teve importância na luta competitiva; mas, também aqui, podemos ver uma renovação de interesse e de ênfase, já que, num mundo de rápidas mudanças de gostos e necessidades e de sistemas de produção flexíveis (em oposição ao mundo relativamente estável do fordismo padronizado), o conhecimento da última técnica, do mais novo produto, da mais recente descoberta científica, implica a possibilidade de alcançar uma importante vantagem competitiva (HARVEY, 1992, p. 151).
Sabemos que as novas exigências influenciam todos os setores sociais, inclusive a educação. Não nos deparamos mais com uma realidade que requer o ensino mecânico, pautado na reprodução do conhecimento e da técnica. No modelo Fordista, a escola era concebida como uma fábrica de montagem. Na parte técnica existia a estrutura de fiscalização constituída pelos diretores, supervisores que a partir do planejamento constatavam se a produção seria efetivada com sucesso, na parte pedagógica, os professores deveriam reproduzir o conteúdo e os alunos assimilariam, se isso não ocorresse, os discentes eram punidos com a repetência.
Para Linhares (2007):
a escola foi, por muito tempo, considerada como espaço privilegiado de acesso ao conhecimento. Este, muitas vezes estático, reproduzido e sem vida, voltado para um objetivo – o trabalho, ou uma certa concepção de trabalho que respondesse às necessidades do capitalismo nascente em suas primeiras fases de expansão. Passa a ser vista como um armazém de conceitos científicos secularmente produzidos e estocados, defensora dos princípios pragmáticos da racionalidade técnica (LINHARES, 2007, p. 21).
Apesar das várias críticas e da necessidade de mudanças em decorrência da contemporaneidade, esse modelo é reproduzido nas escolas atuais. Na maioria delas o conhecimento é visto como algo pronto e acabado, os procedimentos pedagógicos estão pautados na transmissão do conteúdo de forma mecânica, não visualizando a função que o ambiente escolar tem na atualidade.
A crítica a este modelo se dá por apresentar uma sistemática rígida de currículos e horários que impossibilita a interdisciplinaridade do conhecimento. Esse tipo de formação prepara o indivíduo apenas para a mera execução de tarefas, desconsiderando as experiências e interesses dos alunos e impossibilita de ingressar no mercado de trabalho que exige mão-de-obra qualificada e distinta dos padrões tradicionais.
É evidente que as exigências do mercado produtivo influenciam a escola, pois requer dessa, mão-de-obra condizente com suas exigências. A educação é garantida por Lei, a nossa Constituição Federal determina independente da idade, o acesso de todos. Diante disso, há a necessidade de inserção dos indivíduos dentro do âmbito escolar, desde a idade regular de ensino até aqueles que estão em idade mais avançada ao nível exigido pelo sistema escolar.
Passamos da sociedade industrial para a denominada do conhecimento, como a educação é uma prática social e adapta-se aos anseios de uma dada conjuntura, a escola deve se inserir nesse cenário atual. Ela deve preparar os indivíduos para a vida a fim de introduzi-los no contexto social de forma crítica e participativa. Nesse contexto, o professor assume o papel de mediador da aprendizagem desenvolvendo métodos e técnicas que viabilizam o processo de aprendizagem e a escola é um ambiente essencial para o desenvolvimento consciente do conhecimento.
Nesse contexto de inserção do indivíduo no mundo escolar, alternativas educativas são criadas por meio de projetos políticos. Temos em sintonia de propósito com a Educação presencial a Educação a Distância como modalidade de ensino que junto ao modelo presencial possibilite a inserção de várias pessoas localizadas em diversos espaços no ambiente escolar.
Várias são as definições para a Educação a Distância, para a Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED) é uma modalidade de ensino pelo qual as pessoas estão separadas fisicamente em tempos e espaços distintos. A Educação a distância consiste num aprendizado planejado que exige técnicas especiais para criação de cursos e de instrução. Mediada pelas tecnologias e dispondo de diversas mídias para possibilitar a interação e integração dos envolvidos no processo de ensino aprendizagem.
Defendida como é uma das formas para promover a democratização do ensino, legitimada pela LDB de 9.394/96 quando estabelece que o Poder Público incentive e promova o desenvolvimento de programas de ensino a distância, oferecidos por instituições, estas devem ser credenciadas pelo MEC que normatizará os quesitos necessários para a oferta dos cursos a distância, produção, controle, avaliação e registro de diploma. Determina também que a Educação a Distância dispõe de redução de custos, concessão e reserva de tempo mínimo de transmissão em canais de rádio e televisão.
O Plano Nacional de Educação, Lei nº 10.175 de 9 de janeiro de 2001 afirma que devido ao grande índice de desigualdade e deficiências educativas no Brasil, a EAD é uma proposta de ensino que poderá contribuir para a universalização e para democratização do ensino através de programas que também poderão promover o desenvolvimento cultural.
Decreto n° 5.622 de dezembro de 2005 apresenta-se como regulamentador da LBD/9394 e apresenta a EAD como uma modalidade de ensino que se utiliza das Tecnologias da Informação e Comunicação como mediadoras do processo de ensino aprendizagem, possibilitando as atividades educativas em diversos tempos e espaço.
Outro aspecto interessante com relação a legislação é o que determina a Portaria 4.059 de 10 de dezembro de 2004 que possibilita as IES introduzir no curso presencial, disciplinas na modalidade semi-presencial, até 20% da carga horária total do curso. A portaria define ainda a modalidade semipresencial como “quaisquer atividades didáticas, módulos ou unidades de ensino-aprendizagem centrados na auto-aprendizagem e com a mediação de recursos didáticos organizados em diferentes suportes de informação que utilizem tecnologias de comunicação remota.
Inserido nessa proposta de vinte por cento da carga horária ser ministrada de forma semi-presencial permitida pela legislação, as instituições de ensino superior ao adotarem disciplinas nesse formato se apropriaram dos elementos disponíveis nos Ambientes Virtuais de Aprendizagem para proporcionar a aprendizagem.
Diante disso, segue a mesma proposta da Educação a Distância que se distingui por sua flexibilidade, pois os estudantes possuem liberdade de optar pelos espaços e tempos que melhor se enquadram em sua disponibilidade para o estudo. Assim, a educação a distância deve dispor de todos os recursos que facilitem a aquisição construtiva e crítica do conhecimento, a utilização das novas tecnologias é uma forma de mediatizar o processo de aquisição e construção do conhecimento, rompendo com um ensino “tradicional” que visualizava os discentes como meros receptores de informação.
No entanto, para transformar esse ambiente estanque defende-se o intercâmbio entre as disciplinas permitindo a articulação entre o conhecimento científico e a preparação do individuo ao pensamento lógico. Além de possibilitar o diálogo entre os professores, o envolvimento em projetos comuns e a construção conjunta do conhecimento e das melhores formas de possibilitar a aprendizagem.
Diante da abundância de informações, há uma preocupação com a forma de obtenção do conhecimento, este passa a ser prioridade no cenário atual, pois é a partir de como ele é adquirido, processado e refletido que os indivíduos preparam-se para a inserção social. Essa nova forma de acesso à informação requer mudanças de paradigmas por parte da escola.
Então, os processos de comunicação e interação da Educação a Distância devem ser distintos do presencial, visto que alunos e docentes encontram-se em diferentes espaços, no entanto os meios utilizados por ambos podem facilitar o processo de ensino aprendizagem. De acordo com Dias (2010) o processo de interação deve possibilitar tipos de interatividade dentro de dois eixos: dispositivos de comunicação e relação com a mensagem. No entanto, quando um curso de ensino presencial adota o modelo EAD em sua disciplina está rompendo com alguns paradigmas que permeiam a educação presencial.
De acordo com Libâneo (2007):
A escola continuará durante muito tempo dependendo da sala de aula, do quadro-negro, dos cadernos. Mas as mudanças tecnológicas terão um impacto cada vez maior na educação escolar e na vida cotidiana. Os professores não podem mais ignorar a televisão, o vídeo, o cinema, o computador, o telefone, o fax, que são veículos de informação, de comunicação, de aprendizagem, de lazer, porque há tempos o professor e o livro didático deixaram de ser as únicas fontes do conhecimento. Ou seja, professores, alunos, pais, todos precisamos aprender a ler sons, imagens, movimentos e a lidar com eles (LIBÂNEO, 2007, p. 39, 40).
Dentro de todos os padrões educativos instituídos ao longo da história educacional, a comunicação é um fator preponderante para a transmissão do conhecimento. Linhares (2007, p. 22) afirma que para entendermos a escola dentro de sua complexidade faz-se necessário analisar as relações entre seus pares “como um processo de comunicação”. Esse gerado através do intercâmbio tecnológico, do contato entre os indivíduos e das formas de assimilação e produção do conhecimento.
Assim, visualizando a sociedade contemporânea, percebe-se que as informações não estão restritas ao espaço escolar, o acesso a diversas mídias permite o contato dos alunos com uma infinidade de informações rápidas e inconstantes. Esse direcionamento distinto na forma de absorção possibilita amplos olhares e discussões constantes no âmbito escolar.
A depender do recurso tecnológico utilizado na educação, as diversas formas de comunicação permitem a interação mútua e reativa. As formas de diálogo: unilateral, reciprocidade ou entre vários participantes definidas pelas: formas de mensagens unidimensionais que não se alteram em tempo real, a interpelação e reorientação do andamento informacional em tempo real ou a implicação do participante na mensagem.
Tendo em vista os processos de interação na modalidade de Educação a Distância,
podemos dizer que há uma diferenciação qualitativa em relação aos diferentes tipos de interação. A interação mútua caracteriza-se por relações interdependentes e processos de negociação, nos quais cada interagente participa da construção inventiva da interação, afetando-se mutuamente. Já a interação reativa é linear, limitada por relações determinísticas de estímulo e resposta, com forte roteirização (DIAS, 2010, p. 41)
Diante do exposto, os cursos a distância que não possuem um canal de interatividade não possibilitam a criatividade, o trabalho em grupo, a autonomia, a crítica e a participação no processo de aprendizagem se efetiva de forma mecânica e técnica. É preciso que os alunos interajam com o conteúdo, com o professor/tutor, com os colegas.
Isso ocorre quando são estimulados a participar ativamente do processo de construção do conhecimento através de uma relação sócio histórica pela qual o conhecimento é produzido por meio de uma relação dialética entre o sujeito e meio, enfatizando as relações interpessoais.
Na EAD a distância pode ser reduzida pelo diálogo que se estabelece por meio das tecnologias disponíveis na sociedade contemporânea. A mídia impressa, o áudio, o vídeo, o rádio, a televisão, a teleconferência, o computador, a WEB, a conferência e os ambientes virtuais de aprendizagens são utilizados pela EAD para permitir esse diálogo, no entanto só servirão ao propósito se forem utilizadas de forma planejada.
Dessa forma, o Ambiente Virtual de Aprendizagem definido por Santos (2003) como:
"Um espaço fecundo de significação onde seres humanos e objetos técnicos interagem potencializando assim, a construção de conhecimentos, logo a aprendizagem. Então todo ambiente é um ambiente de aprendizagem? Se entendermos aprendizagem como um processo sócio-técnico onde os sujeitos interagem na e pela cultura sendo esta um campo de luta, poder, diferença e significação, espaço para construção de saberes e conhecimento, então podemos afirmar que sim". (SANTOS, 2003, p. 02)
Permite assim, a interação embora para a autora, esse ambiente pode não ser mediado por tecnologias, virtualmente ele pode potencializar saberes, relações e apreensões. Já para Dias (2010) o Ambiente Virtual é “definido como uma sala de aula virtual acessada via web” reduzindo a distância física e de comunicação entre os agentes participantes. Para Almeida (2003) os ambientes digitais “são sistemas computacionais disponíveis na internet, destinados ao suporte de atividades mediadas pelas tecnologias de informação e comunicação”.
De acordo com Litwin (2001), uma das características marcantes da modalidade de ensino a distância é a “utilização de uma multiplicidade de recursos pedagógicos com o objetivo de facilitar a construção do conhecimento”. Constata-se que o ambiente virtual possibilita que o aluno entre em contato com o tutor, com a disciplina, mantenha um espaço de intercâmbio que proporciona o desenvolvimento ativo das atividades propostas pelas modalidades de ensino, seja a distância ou presencial.
Essas salas de aula virtual podem encurtar distância, estabelecer vínculos de interação e integração, permitir o diálogo, possibilitar a discussão e o levantamento de questões concernentes ao conteúdo, ou até mesmo conversas informais. Nesse ambiente, os alunos encontram-se, tiram dúvidas, postam tarefas, emitem opiniões, criticam, elogiam e etc.
Sabemos pois que uma das características da EAD é o emprego de vários recursos pedagógicos e os ambientes virtuais são facilitadores da aprendizagem, por apresentar os conteúdos com menor estruturação e levar os discentes a interagir com os colegas e tutor. Para que isso ocorra são utilizados: o Chat, o fórum, as listas de discussão, mensagens eletrônicas. Constata-se que esses instrumentos de interação disponibilizados em uma plataforma virtual, possibilitam que o aluno entre em contato com o tutor, com a disciplina, mantendo um espaço de intercâmbio e proporcionando o desenvolvimento das atividades propostas pela EAD.
Dessa forma, o professor deve mediar o processo de ensino aprendizagem, é mediando pedagogicamente que ele instiga o pensar, o despertar da consciência, a abertura para o diálogo, para explanação de idéias possibilitando um repensar das atitudes e a compreensão dos significados culturais à medida que ocorre a abertura dos diversos espaços sociais. Para isso, é necessário rever os métodos educacionais auxiliando o discente na construção do conhecimento a partir do que já trazem da sua vida cotidiana.
Também é fundamental trabalhar com as mensagens transmitidas pelos meios de comunicação e informação auxiliando na interpretação de forma crítica. O que presenciamos na sociedade é que as verdades são provisórias, as informações são rápidas, imprevisíveis e de fácil acesso. É preciso ter ciência da importância dos diversos meios utilizados na educação presencial e a distância na nossa sociedade para adquirir uma postura eficaz na organização e explicação dessas informações. Elas estão presentes em todos os âmbitos da sociedade, por isso, não é possível pensar a educação sem estar em sintonia com essa expansão.
Cabe ao professor na conjuntura atual desenvolver mecanismos que as integrem em sua prática pedagógica de forma eficiente e eficaz, porque é por meio das atividades escolares que o professor desenvolve os saberes e as competências de ensinar, estas são adquiridas por meio do exercício da profissão. Essas experiências possibilitam a reflexão e permitem a transformação e inovação das práticas pedagógicas em qualquer contexto educacional.


REFERÊNCIAS


DECRETO Nº 5.622. De 19 de dezembro de 2005. Regulamenta o art. 80 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível in: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Decreto/D5622.htm.
DIAS, Rosilâna Aparecida; LEITE, Lígia Silva. Educação a Distância: da legislação ao pedagógico. São Paulo: Vozes, 2010.
HARVEY, David. Condição pós-moderna: uma pesquisa sobre as origens da mudança cultural. São Paulo: Loyola, 2004.
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9.394/96).
LIBÂNEO, José Carlos. Educação escolar: políticas, estruturas e organização. 4ª ed. São Paulo: Cortez, 2007.
LINHARES, Ronaldo Nunes. Gestão em comunicação e educação: o audiovisual no espaço escolar. Maceió: UFAL, 2007.
LITWIN, Edith. Educação a Distância. Temas para o debate de uma nova agenda educativa. Porto Alegre: Artmed, 2001.
MORAN, José Manuel. O uso das novas tecnologias da informação e da comunicação na EAD - uma leitura crítica dos meios. Disponível in: www.eca.usp.br/prof/moran, acessado em 25/08/2007.
MORAN, José Manuel; MASETTO, Marcos T.; BEHRENS, Marilda Aparecida. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 12. ed. Campinas, SP: Papirus, 2006.
Plano Nacional de Educação. Lei no 10.172, de 9 de janeiro de 2001. Disponível in: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10172.htm.
PORTARIA Nº 4.059. De 10 de dezembro de 2004. Disponível in: http://portal.mec.gov.br/sesu/arquivos/pdf/nova/acs_portaria4059.pdf
SANTOS. Edméa Oliveira. Ambientes virtuais de aprendizagem: por autorias livre, plurais e gratuitas. In: Revista FAEBA, v.12.
TEDESCO, Juan Carlos. Educação e novas tecnologias. São Paulo: Cortez, 2004.



TRABALHO APRESENTADO NO VI Simpósio Nacional Estado e Poder: Cultura

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

1ª Mensagem

Prezados,


        Iniciamos este Blog para a construção de debates, sobre a EAD, que este instrumento seja um ponto de reflexão, abraços.
Influência da EAD para a formação profissional (Vídeo - Assistam))